Pesquisadores da rede FUNIBER publicam capítulo em livro da editora Dykinson sobre o projeto Erasmus+ DigitalTA

Pesquisadores da rede FUNIBER publicam capítulo em livro da editora Dykinson sobre o projeto Erasmus+ DigitalTA

Os doutores Thomas André Prola e Emmanuel Soriano Flores, pesquisadores da rede universitária FUNIBER, publicaram recentemente um capítulo no livro intitulado “Aprender para el futuro: educación y competencias digitales en la era de la inteligencia artificial” (Aprender para o futuro: educação e competências digitais na era da inteligência artificial), publicado pela Dykinson S.L. e vinculado ao projeto Erasmus+ DigitalTA, que acaba de ser concluído. Este capítulo aborda um problema crítico no sistema educacional europeu: a elevada taxa de abandono escolar precoce entre novos professores, com menos de cinco anos de experiência.

Para entender melhor e abordar esse problema, os autores apresentam os resultados do projeto europeu DigitalTA (2022-2025), financiado pelo Erasmus+, que investiga formas eficazes de apoiar a retenção de professores recém-formados. O capítulo destaca que quase 28% dos novos professores na Europa abandonam a profissão em seus primeiros anos. Há várias razões que explicam esse fenômeno, enraizadas em fatores pessoais, organizacionais, sociais e culturais. Um fator comum entre eles é a falta de apoio adequado pela comunidade educacional.

O estudo foi realizado na Espanha e na Polônia, países escolhidos por seus contextos educacionais opostos. O estudo foi realizado em duas fases: primeiramente, uma pesquisa respondida por 134 professores; em segundo lugar, debates em grupos focais com outros 18 participantes. A pesquisa enfatiza o ambiente “onlife“, termo utilizado para descrever a combinação de espaços de aprendizagem físicos e digitais que moldam as experiências profissionais dos professores de hoje.

Uma das principais conclusões do estudo é que os professores novatos precisam de redes de apoio sólidas e contínuas para ganhar confiança e permanecer comprometidos com sua profissão. Essas redes devem incluir não apenas colegas educadores, mas também mentores, instituições de formação e plataformas digitais que possibilitem o aprendizado colaborativo. Além disso, o capítulo enfatiza a importância de estabelecer expectativas realistas e motivadoras durante a formação inicial de professores para evitar o “abandono funcional”, ou seja, os professores permanecem na profissão, mas não se envolvem com o ensino e a aprendizagem significativos.

Os autores defendem uma abordagem que se concentra na cultura escolar e nas experiências institucionais cotidianas. Especificamente, a história da escola como instituição, mas também as relações humanas estabelecidas nela, como um espaço antropológico de aprendizado profissional contínuo. Desejam aplicar essa abordagem ao projeto desses sistemas de apoio, uma abordagem que reconheça as identidades, os interesses e os desafios dos professores. Os autores destacam o valor da criação de espaços nos quais os novos professores possam compartilhar abertamente suas experiências, refletir sobre sua prática e receber feedback contínuo.

Olhando para o futuro, o capítulo propõe que as conclusões da DigitalTA ajudem a construir o desenvolvimento de um ambiente de formação digital europeu. Essa plataforma terá como objetivo facilitar a transição da formação docente para a prática profissional, reduzir a evasão e promover uma cultura de colaboração e aprendizado contínuo em todo o setor educacional.

Em conclusão, o capítulo “Rumo à redução da rotatividade de professores na Europa” oferece uma perspectiva reflexiva e para o futuro sobre como reduzir a rotatividade docente na Europa por meio do apoio do ambiente físico e digital. Destaca-se o papel essencial da comunidade -tanto física quanto digital- no apoio aos educadores recém-formados e na garantia de seu sucesso e satisfação a longo prazo na profissão docente.

“Financiado pela União Europeia. No entanto, os pontos de vista e as opiniões expressos são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es) e não refletem necessariamente os da União Europeia ou da Agência Executiva Europeia para a Educação e a Cultura (EACEA). Nem a União Europeia nem a autoridade que concedeu o auxílio pode ser responsabilizada pelo que foi expresso.”